O Cooperativismo : Para Ultrapassar a Crise do Capitalismo

27-07-2013 15:48

O Cooperativismo: Outro Valor Eco-Social


 

O Cooperativismo deverá ser uma aposta na construção da “Nova Era”, ou Mundialização alternativa, como uma doutrina aberta, e uma forma de associação (coexistindo com a liberdade criativa do ser), capaz de possibilitar, neste mundo de recursos escassos e de economia suficiente, uma partilha organizada e distribuida de modo igual, não só nas comunidades nacionais, como no mundo globalizado. António Sérgio insígne pensador Português deverá ser revisto, à luz deste nova ideia cooperativa. Um Cooperativismo Eco-Social.

Um Cooperativismo Eco-Social é o que se pode hoje designar, ou se designa mesmo, de Economia Social, a auto-eco-organização das comunidades em torno de projetos económicos, sociais, culturais e outros, de modo não lucrativo, suficiente, não consumista e portanto de cariz cooperativo. Porque só a Cooperação substitui o Paradigma, vicioso, da Competição.

O paradigma vigente, ou dominante, é aquele que é dominado pelo Mercado, que assenta na competição e no lucro, mas substancialmente, a partir destes pressupostos e como vimos atrás, numa exploração intensa dos recursos planetários, que alimenta uma corrida á tecnologização do planeta. Produzindo, desemprego, e um nivelamento dos salários abaixo do ganho real, de modo a continuar a manter uma máximização do lucro, conduzindo pois a uma degradação ecológica continua e paralelo, uma degradação social, da coesão.

Instabilidade dos recursos, instabilidade do emprego pela extensão do desemprego de longa duração, instabilidade alimentar, decorrendo em tudo a descrença nos sistemas políticos e sócio-económicos vigentes.

A relação substantiva entre Ecologia e Sociedade, aqui emerge, porque como observamos numa sociedade, em bifurcação, que Lazlo (20..) define de Tipo E, como o cerne da sobrevivência humana e de síntese de conhecimentos. A escassez de Recursos Energéticos e Alimentares a exemplo, advêem de um processo que se reproduz enquanto devorador dos recursos energéticos planetários, com destruição de territórios, quer os aquíferos, quer os enriquecidos de matéria prima; e simultâneo, desgasta os solos, dificultando a produção que o mundo necessita e em particular os países mais densos em população, e mais necessitados. A forma selvagem como o mundo, não se organiza, produz mais desastre Ecológico e mais desorganização e injustiça social. A competição pelas zonas, gera pobreza, gera desqualificação. Assim como a continua produção tecnológica que sem regra impõe novo modelo social, aonde campeia o desemprego e mantém o perigo ecológico, pela violação contínua de regras, num sem freio em que a tecnologia se alimenta a si mesma.

Parar este processo, ou melhor mudar o seu facies, só pode acontecer, mudando o paradigma, o paradigma em que funcionamos, funciona a sociedade como um todo.

Um paradigma cooperativo Global, ou seja em definitivo, uma Globalização Cooperativa, asumindo o Planeta Terra como um Mega Organismo no qual cooperamos, para a sua gestão equilibrada, suficiente, ecológica, de coesão social, decisão democrática global, partilha de recursos e energias.

A auto-organização dos indivíduos, de modo cooperativo, que pode imbuir formas de associação/cooperativas/instituições sem finslucrativos, é no cerne começar a mudar o padrão Lucro/Consumo, para um padrão mútuo de consumo saudável e suficiente, não lucrativo, porque divide entre todos os acrescentos da atividade económica, valorizando sempre, os ganhos na ciência/saber/espritualidade e tecnologia, que aliem, capacidade de regeneração ecológica, inversão do ciclo de destruição das fontes e matérias, anti poluídoras e capazes de gerar mais bem comum, ou seja, mais coesão social, criando novos empregos, formas ricas de participação social pela preservação das culturas e saberes tradiconais e mesmo modernos. Cultura e Saber, como ganhos para as comunidades e indivíduos, cuja produção tecnológica permitirá ainda melhoria em ganhos de saúde, minimização dos custos. Todos os ganhos de saúde no planeta terra, nas comunidades, assim como os ganhos na organização económica são externilizáveis para todos os cidadãos, que prescindindo do egoísmo, por uma formação ético/espritual.

Uma Ciência, de colaboração muldisciplinar, conjugada com essa linha de doutrina ética/espiritual, permita, como nova Ciência do Homem determinar, o que é suficiente aos diversos níveis para uma existência digna e simultâneamente de crescimento pessoal.

Há pois que fazer acompanhar com uma outra/nova educação do ser para um consumo saudável, e a valorização pessoal e coletiva, através de uma fórmula que se balize nas competências de solidariedade, de ação para o bem comum, de noção de irmnandade com um Planeta extremamente fragilizado, detruido pela raça humana. Uma educação desmassificada, simultãneamente clássica, moderna e pós moderna, mas sobretudo, cujo o fundamento nãoi seja a criação de técnicos, mas de SERES HUMANOS PLENOS.

Uma educação Cooperativa. Uma formação sólida na capacidade de cedo se envolverem nas comunidades criando associações, cooperativas que mobilizem para uma outra relação com a tecnologia e a economia (particularmente financeira). Especulação e Lucro não podem fazer parte deste vocabulário, e com isso, claro as práticas acumulativas. O capitalismo como o conhecemos não será mais o dominante. Mas uma outra forma de auto-organização, e defesa dos recursos de todos, para todos, no caminho, da bondade e do sacrifício em prol do bem comum.