O PADRE ANTÓNIO VIERA E A "HISTÓRIA DO FUTURO"

07-10-2015 11:13

O PADRE ANTÓNIO VIEIRA E A "HISTÓRIA DO FUTURO


 

Na sua notável obra, mas ainda insuficientemente conhecida pelos portugueses – “ História do Futuro”, iniciada pelo Padre António Vieira em 1649, no século XVII, portanto, nove anos depois da Restauração de Portugal, como nação independente e soberana e já libertada do domínio filipino, Vieira que foi o maior orador sacro do seu tempo, começou a escrever a “História do Futuro”, onde o conceito do Quinto Império, começa a ser definido, sendo Portugal a nação incumbida para fundar no planeta Terra uma nova doutrina espiritualista que iria unificar todas as nações, raças e povos.
 

Uma primeira questão se põe:- alguma vez foi dada uma explicação sobre a origem do símbolo que na forma de um delta está desenhado na base superior dos edifícios onde estão sediadas as filiais do Racionalismo Cristão? Apresentando regra geral nas respetivas frontarias quatro colunas que numa perspetiva simbólica representam a cruz de Cristo virada para os quatro pontos cardeais da Terra – Norte- Sul; Leste e Oeste, o que nos transmite de imediato a ideia de universalidade! Terá o culto do Espírito Santo alguma ligação direta ou indireta com o Racionalismo Cristão?
 
O bastão usado pelos presidentes nas sessões públicas daquela doutrina não é o equivalente ao malhete utilizado na Maçonaria pelos veneráveis mestres? Luís de Matos, o fundador do Racionalismo Cristão, foi Maçom e detentor de altos graus maçónicos, precisamente o 33º. Será que o Alto Grau 18º. Cavaleiro Rosa-Cruz do REAA teve alguma influência na criação do Racionalismo Cristão?
 
E o Padre António Vieira com o seu Quinto Império? A Cruz e a Rosa são símbolos bem representativos daquele que é o Patrono do Racionalismo Cristão! Eis, pois, uma interessante conclusão sobre a simbologia contida na Maçonaria e na doutrina do Racionalismo Cristão!                                                                                                   
É chegada a hora! A mesma hora a que se refere Fernando Pessoa, no seu poema Mensagem, para que a Humanidade desperte para a realidade da vida e que venha a compreender a razão da sua própria existência!
 
Numa perspetiva espiritualista e histórica achámos por bem chamar ao Racionalismo Cristão – a Doutrina do Quinto Império, aquela mesma doutrina sonhada por Luiz de Camões; Padre António Vieira; Fernando Pessoa ou Agostinho da Silva e tantos outros ilustres portugueses que se bateram pelo engrandecimento de Portugal!
 
De facto, trata-se de um movimento doutrinário que encerrando conhecimentos fundamentais sobre o que seja o espírito humano – a sua origem, natureza e atributos, a razão de ser da sua existência e a sua inserção natural no próprio Universo, compreendendo a finalidade da VIDA INTELIGENTE, demonstrando a existência da VIDA FORA DA MATÉRIA e que a Morte não interrompe a Vida, comprovando assim de que a importância que a ação do Pensamento através do uso do livre arbítrio e que orienta as atividades dos seres humanos e finalmente o porquê da nossa existência como seres vivos e inteligentes que passa pela Evolução através de sucessivas reencarnações neste planeta escola que se chama Terra em conformidade com os insondáveis desígnios da FORÇA CRIADORA (Deus), portanto, trata-se de uma nova doutrina espiritualista, profunda, vasta e eclética!
 
Na abordagem política e sociológica feita ao Racionalismo Cristão, podemos retirar importantes ilações, fazendo projeções sobre as implicações que uma tal doutrina de âmbito espiritualista e espiritista poderá vir a gerar e os resultados refletem-se no desenvolvimento de uma ideologia de inspiração cooperativista, tendo como pilares da sustentação princípios espiritualistas; científicos; económicos e políticos e que passaremos a designar por – Doutrina da Cidadania Social!

A Doutrina da Cidadania Social poderá dar origem a um novo tipo de sociedade, onde fatores ligados ao lucro; à propriedade privada e a diferentes circunstâncias associadas aos mesmos irão sofrer profundas alterações e não vão ser as ideologias já por nós apontadas – o marxismo; a social-democracia; o socialismo democrático; o neoliberalismo ou ainda a democracia cristã que irão ter qualquer tipo de expressão ou influência nessa nova sociedade do futuro, onde a democracia participativa terá um peso determinante e expressivo; onde as gerações mais idosas virão a ter uma importância fundamental para o desenvolvimento espiritual e material das novas comunidades do Século XXI.                                                                                                                                                                                                                                                               
Naturalmente que essa mesma sociedade do futuro gerado por uma ideologia como a Doutrina da Cidadania Social, vai continuar a respeitar e acima de tudo o livre arbítrio de cada cidadão que plenamente consciente dos seus deveres e direitos será sempre uma peça nuclear para que a nova sociedade do Século XXI, estejam presentes os mais elevados desígnios da condição humana, onde o cidadão plenamente esclarecido da sua realidade espiritual irá procurar no mundo material as condições necessárias para que todos em conjunto possam desenvolver uma atividade totalmente virada para o enriquecimento social, intelectual e espiritual individual e coletivo absolutamente centrado nas leis da evolução universal.

Na História a experiência dela surgida ao longo dos séculos vai-nos permitir no início do Século XXI, pensar e admitir uma nova perspetiva social sobre a viabilidade de um novo movimento cívico – o Movimento Cívico Português para a Cooperação – MCPC, fundamentado na História de Portugal e na cultura filosófico/espiritualista do povo português. Tal iniciativa poderia ser comparada a uma tentativa de restaurar a histórica Ordem de Cristo, como uma grande irmandade nacional embora sofrendo importantes alterações e obedecendo a orientações de ordem cívica, democrática, espiritualista e científica básicas e adequadas ao novo estatuto de cidadania social.

Extraído do romance iniciático a ser publicado intitulado - "Os Arquitetos do Universo - História do Homem Futuro" de Jacinto Alves, autor dos livros - "Operação Quinto Império" (Editora Ecopy/Porto) e "Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império - Uma Nova Perspetiva Social" (Chiado Editora).